Os Códigos da Bíblia e o dia 3 de agosto

Muitos já estão familiarizados, ao menos superficialmente, com o Código da Bíblia. Este é um fenômeno ao mesmo tempo matemático e espiritual que tem gerado acaloradas discussões desde sua descoberta 12 anos atrás. Este ano o Código voltou à tona pelo fato de que vários códigos pareciam predizer muitas calamidades para 2006. Um deles, descoberto pela equipe original que divulgou o fenômeno pela primeira vez anunciava uma guerra mundial para este ano, além de um “holocausto” em Israel.

Eu, particularmente, acredito que exista mesmo um código nas Escrituras hebraicas. Entretanto, especialmente nesta semana, aprendi um grande detalhe a respeito deles: não podemos confiar em “predições” atribuídas ao Código da Bíblia cegamente. Com isso não quero dizer que não seja possível encontrar profecias codificadas na Bíblia – até porque existem profecias no texto aberto das Escrituras, as quais jamais falharam. Mas, pela própria natureza ‘oculta’ dos códigos e pela sua complexidade, não podemos confiar nas interpretações que são dadas a elas.

Um exemplo. No livro “O Código da Bíblia” de Michael Drosnin é mostrada uma mensagem na pág. 159, codificada no livro de Números, que dizia: “Guerra Mundial/Ariel (nome profético de Jerusalém)/3 de agosto é o dia do terceiro”. A interpretação que o próprio autor deu, em suas próprias palavras foi que “em ‘9 de Av’ (3 de agosto) poderia começar uma terceira Guerra Mundial, com a terceira destruição da Cidade Sagrada, um ataque nuclear a Jerusalém”. O detalhe é que nenhum ano foi citado. Porém, outros tantos códigos diziam a mesma coisa: “2006/Guerra Mundial”. A conclusão (precipitada) a que cheguei foi: nossa, dia 3 de agosto de 2006 será o começo da Terceira Guerra Mundial! Hoje é dia 3 de agosto e (praticamente) nada aconteceu...

Confesso que a princípio fiquei decepcionado. Estava esperando este dia com expectativa há 7 anos! Porém, como disse um filósofo, "tudo o que sei é que nada sei". Fui incoerente e precipitado. E agora? Passei a desacreditar no Código? Não, de modo algum! Apenas descobri que preciso lidar com ele com precaução. Dizem os mais respeitados estudiosos da Bíblia, inclusive Eliahu Rips, o matemático israelense que descobriu os códigos, que o objetivo real deles não é o de prever o futuro, apesar de toda a história da humanidade estar codificada nas letras da Bíblia hebraica; o objetivo é confirmar, de uma maneira científica, por assim dizer, que as Escrituras Sagradas são obra de Deus. Ou seja: tudo o que está codificado nas Escrituras serve para ratificar a veracidade das palavras que não estão codificadas, o texto ‘aberto’ da Bíblia.

E o que diz o texto aberto? Só pra citar algumas passagens, em Gênesis 16:12 o Anjo de Jeová diz a Agar, escrava de Abraão, que o filho dela, Ismael, seria “entre os homens, como um jumento selvagem (indomável); a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele”. Ismael é o progenitor dos árabes, de onde veio o Islã... precisa explicar? Outra passagem diz respeito a Jerusalém. Em Zacarias 12:3 o próprio Jeová declara: “Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra”. Jerusalém JÁ É uma pedra pesada para o mundo! Ela é a principal razão de discórdia entre Israel, os palestinos e todo o mundo árabe. Em resumo, há muita coisa pra se observar no texto aberto da Bíblia em busca de respostas para a atual crise mundial, porém, também nos códigos da Bíblia temos muitas indicações precisas de fatos que ainda vão acontecer. A seguir comentarei sobre algumas descobertas no Código, a atual crise no Oriente Médio e algumas 'coincidências' que têm acontecido nesses últimos dias.